domingo, 20 de maio de 2012



                         Os Pássaros



   Embora tratando-se de Hitchcok, comecei a ver os pássaros, no início de uma  manha tranquila e ensolarada, e pela sensação precipitada que a introdução da película me causou, achei que fosse o filme perfeito para iniciar o dia, uma cidade pacata a beira de um rio chamada bodega Bay. Tippi Hedren com sua beleza singela carrega na gaiola dois inofensivos pássaros. Mas em pouco tempo o mistério da trama e o drama dos personagens  conduzem ao suspense central da obra, a oposição da fragilidade que os pássaros representam em sua leveza liberdade.


    Hitchcok constrói um drama psicológico nos personagens intenso e misterioso, e costura na história de amor central, em meio ao suspense intrigante dos pássaros que começam a atacar e matar as pessoas.

  Embora o filme já explore as novas tecnologias com o uso de efeitos especiais inovadores da época para criar as temíveis criaturas voadoras, ele alcança o seu auge de suspense exatamente no mistério jogado no ar no início do longa e no mesmo mistério que se prolonga na trama e fica no ar em aberto, nos mantendo mesmo após o seu término, em êxtase especulando suas entrelinhas e o seu após.


    A força do filme está nos contrastes, na oposição que Hitchcok constrói para extrair o suspense e o horror do lugar nostálgico e indefeso, da inocência do conto de amor e da pureza lírica de dois periquitos namoradeiros.





                Jordana Seixas

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