Os Pássaros
Embora
tratando-se de Hitchcok, comecei a ver os pássaros, no início de uma manha tranquila e ensolarada, e pela sensação
precipitada que a introdução da película me causou, achei que fosse o filme perfeito para
iniciar o dia, uma cidade pacata a beira de um rio chamada bodega Bay. Tippi
Hedren com sua beleza singela carrega na gaiola dois inofensivos pássaros. Mas
em pouco tempo o mistério da trama e o drama dos personagens conduzem ao suspense central da obra, a oposição
da fragilidade que os pássaros representam em sua leveza liberdade.
Hitchcok
constrói um drama psicológico nos personagens intenso e misterioso, e costura na
história de amor central, em meio ao suspense intrigante dos pássaros que
começam a atacar e matar as pessoas.
Embora
o filme já explore as novas tecnologias com o uso de efeitos especiais
inovadores da época para criar as temíveis criaturas voadoras, ele alcança o
seu auge de suspense exatamente no mistério jogado no ar no início do longa e
no mesmo mistério que se prolonga na trama e fica no ar em aberto, nos mantendo
mesmo após o seu término, em êxtase especulando suas entrelinhas e o seu após.
A força
do filme está nos contrastes, na oposição que Hitchcok constrói para extrair o
suspense e o horror do lugar nostálgico e indefeso, da inocência do conto de
amor e da pureza lírica de dois periquitos namoradeiros.
Jordana Seixas
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