100% dos recursos do petróleo para educação?...tola talvez, mas aguardarei ansiosamente, porque se tornar-me incrédula da salvação do alicerce e esqueleto da formação de nossa sociedade, como posso crer em qualquer outra coisa posterior a isso? Quanto as médicos estrangeiros, com todo respeito, creio que a solução para o Brasil não esteja fora dele, pelo contrário, está exatamente aqui, nos líderes que estão "desgovernando" nosso País. Elite é o que vem de fora, os importados? não podemos investir na educação e formarmos médicos qualificados de elite? é um luxo isso? Eu sou professora de rede pública e quero acreditar que meus alunos serão os nossos futuros médicos SRA. Presidenta Dilma Roussef! E quero a garantia de que quando formados, exercendo a profissão e fazendo a diferença, eles se sintam felizes pela escolha que fizeram, e não frustrados como muito de nossos profissionais, não questionando a sua importância, porque isso é irrevogavelmente inquestionável, mas frustrados pelo descaso como são encarados médicos e educadores e suas respectivas áreas na nossa sociedade, e não estou falando aqui de prestígios, mas do básico, do necessário.
Mas 2013 é o ano, porque a coisa mais linda do mundo aconteceu, e não foi a redução dos vinte centavos na passagem, mas os brasileiros desligaram a televisão, ou a deixaram ligada, porém com o distanciamento Brechtiano, como aquele que a tudo estranha e desconfia. Deixaram suas vidas individuais de lado e se uniram por um só ideal, por um desejo coletivo. De luxo? Não! Desejo de justiça! Juntos somos mais fortes, juntos somos o gigante que acordou e decidiu brigar e questionar pelos nossos direitos.
Percebo que a internet, o facebook, entre outros, tem iniciado uma bela revolução nas massas, retirou da mídia e dos "soberanos" o poder de comunicação, de persuasão, de manipulação, todos são emissores e receptores de pensamentos, de notícias, e todos livres a questionar e partilhar as ideias, e eu fico maravilhada com isso, digam bobagem ou não, concordem ou não, mas todos livres e ativos, e eu contemplo toda forma de liberdade e estranhamento! Eu não sei se essas manifestações terão de fato um reflexo positivo na nossa sociedade diante das nossas reivindicações, mas entramos sim para a história porque estamos compondo a nossa história, nos permitindo ser autores daquilo que em nós estava oprimido, camuflado e até desconhecido por nós mesmos, saímos da passividade e fomos pra rua...e agora estamos nos reintegrando e tomando posse do que nos pertence!
É a primeira vez na vida, que me sinto orgulhosa de ser e viver no Brasil, com toda falcatrua e descaso com as áreas que mereciam ter uma papel de destaque na sociedade como educação e saúde, sinto-me em paz, pela beleza e força da união dos "meus", e agora sim me sinto representada, pelo povo… Quanto aos atos de destruição e violência entre as manifestações, nada a falar, porque ai é outra discussão, é o retrato agressivo de uma política marginal!
Jordana Seixas